O estudo da organização espanhola identificou dezenas de herbicidas e inseticidas na produção de laranjas da África do Sul e pede suspensão da importação na UE. Só em 2017, Portugal importou quase 13 mil toneladas destas laranjas.
A investigação revelou que uma das substâncias é o paraquat, que segundo a organização é um herbicida que, em determinadas doses, afeta o trato gastrointestinal, os rins, fígado, coração e outros órgãos.
"Também se encontram [autorizados na África do Sul] o metil azinfos, proibido pela Agência de Proteção Ambiental desde 2004 e pela União Europeia desde 2006. Este inseticida é altamente tóxico para anfíbios, peixes, mamíferos, crustáceos e moluscos", escreve a organização.
Para a instituição agrária, a UE deve suspender a importação de citrinos da África do Sul - e de qualquer outro país que não cumpra as regras de segurança alimentar - até que este país restrinja o uso de tais substâncias.
A La Unió de Llauradors diz que continuará a realizar estudos a todos os acordos comerciais assinados pela UE com países terceiros para garantir que estes não utilizem produtos fitossanitários proibidos na UE, uma vez que põem em risco a segurança alimentar.
O uso desses produtos, "além de representar um risco possível para os consumidores, tem um risco elevado para os responsáveis pela sua aplicação e para o ambiente. Por outro lado, também permite que os agricultores sul-africanos produzam frutas cítricas com custos de cultivo mais baixos do que os agricultores europeus", acrescenta a organização.
A organização profissional agrária espanhola pretende agora fazer chegar os resultados do estudo à Agência Espanhola de Defesa do Consumidor, Segurança Alimentar e Nutricional, bem como às instituições europeias, designadamente à Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA).
Fonte: Sábado