O objetivo da iniciativa foi fazer com que estas pessoas pudessem experienciar, ainda que por momentos, os sintomas e dificuldades que os doentes de esclerose múltipla sofrem no seu quotidiano, partilhando essa experiência nas redes sociais.
O simulador de sintomas era um kit composto por diversos objetos: óculos que simulavam a diplopia (visão turva), luvas que simulavam a dificuldade em realizar pequenas operações do dia-a-dia, como apertar botões ou atacadores, e barbatanas que simulavam a espasticidade e a descoordenação motora.
“Os doentes que sofrem de esclerose múltipla têm sintomas que podem passar pela neurite ótica (inflamação do nervo ótico), perda da força muscular nos braços e pernas, alterações de sensibilidade, vários tipos de dor, alterações urinárias e intestinais, disfunção sexual, problemas de equilíbrio e/ou coordenação, alterações cognitivas, alterações de humor e depressão. Queremos chamar a atenção para estes sintomas, mas queremos também mostrar que bastantes pessoas com esclerose múltipla, apesar de algumas limitações, podem fazer a vida muito aproximada do que se considera normal”, refere Susana Protásio, da SPEM.
Anabela Fernandes, diretora-geral da Biogen Portugal, afirma que “é importante que as pessoas percebam o real impacto da esclerose múltipla no quotidiano das pessoas que vivem com ela na primeira pessoa, mas também para as famílias, cuidadores e amigos.”
Ainda no âmbito do Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, na próxima quarta-feira, dia 7 de dezembro irá decorrer na Assembleia da República uma ação de sensibilização para os deputados e funcionários, entre as 09h00 e as 13h00.
A esclerose múltipla é uma doença crónica, muitas vezes incapacitante, que ataca o sistema nervoso central, que é composto pelo cérebro, medula espinhal e nervos óticos. Os sintomas podem ser ligeiros ou graves, variando desde formigueiros nos membros inferiores até paralisia ou perda de visão. A progressão, gravidade e sintomas específicos são imprevisíveis e variam de pessoa para pessoa. A doença afeta cerca de 8.300 pessoas em Portugal. A esclerose múltipla surto-remissão é a forma mais comum da doença, responsável por cerca de 85% dos casos, e é caracterizada por surtos agudos com recuperação total ou parcial com acumulação de incapacidade.