De acordo com o estudo TALK-HYPO, até 64% dos familiares das pessoas com diabetes sentem preocupação quantos aos riscos das hipoglicemias, resultado de uma baixa concentração de açúcar no sangue, revelando que 76% acredita que a conversa com o médico pode levar a melhorias na vida das pessoas com diabetes. As hipoglicemias podem ainda ser provocadas por erros alimentares, medicação oral para a diabetes ou excesso de insulina, exercício físico sem se alimentar e consumo excessivo de álcool.
Um estudo realizado pela APDP revelou que mais de três em cada dez pessoas com diabetes tipo 2 a fazer insulina comunicaram episódios de hipoglicemia, e que seis em cada dez não foram tratados de forma adequada. Os custos associados ao seu tratamento são significativos, sendo que um episodio de hipoglicemia grave tem um custo superior a 1,450 euros, sendo a segunda maior causa de ida às urgências das pessoas com diabetes em Portugal. Cerca de 55% das pessoas com diabetes não informa o seu médico quanto à ocorrência de episódios de hipoglicemia, acabando por reduzir a sua dose de insulina sem consultar um médico.
As hipoglicemias noturnas são as mais perigosas, ainda que todas tenham impacto na vida da pessoa com diabetes: “Se um indivíduo estiver a ter uma hipoglicemia e não for tratado, a falta de glicose no cérebro pode levar à morte. Hipoglicemias repetidas podem levar à instalação de quadros de demência, de perturbações mentais e alterações cognitivas profundas e, por isso, as hipoglicemias devem ser evitadas”, esclarece Davide Carvalho, médico endocrinologista e presidente da SPEDM.
Isabel Videira, diagnosticada com diabetes tipo 2 há nove anos e a fazer terapêutica com insulina há seis meses dá conta da sua experiência: “se a pessoa se conhecer muito bem, bem como a reação do seu organismo aos alimentos, consegue fazer uma boa gestão, mas há momentos em que as coisas fogem ao nosso controlo e que nós não temos noção do que se está a passar porque o organismo reage de formas diferentes. Já tive alguns episódios de hipoglicemias que se traduzem em sintomas de mal-estar e tremores, inclusive hipoglicemias noturnas que só dou conta porque ficam registadas nos dispositivos”, conclui.
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