Quando a produção de insulina é deficiente e/ou há resistência à ação da mesma, a glucose não entra nas células acumulando-se no sangue (glicémia). Os níveis constantemente elevados de glicémia dão originam à diabetes.
Existem vários tipos de diabetes, sendo os principais a diabetes tipo 1, tipo 2 e gestacional.
Diabetes tipo 1
- Ausência de produção de insulina pelo pâncreas
- Manifestação na infância e adolescência
- Indivíduos magros
- Terapêutica única: insulina
- Sintomatologia repentina
- Produção reduzida de insulina e/ou resistência à mesma
- Indivíduos adultos
- Obesidade
- Terapêutica: adoção de estilo de vida saudável, fármacos e pode ser necessário insulina
- Pode surgir nas últimas fases da gravidez e geralmente desaparece depois do nascimento do bebé
- Mulheres com este tipo têm maior propensão para desenvolverem diabetes tipo 2 mais tarde
Num indivíduo saudável os valores de referência da glucose no sangue situam-se, em jejum, entre 70mg/dL e 100mg/dL. Quando 2h depois da refeição, estes valores situam-se entre 70mg/dL e 140mg/dL.
Quando o valor de glicémia é demasiado elevado há uma série de sintomas característicos, tais como:
- Polidipsia (sede intensa);
- Poliúria (elevada vontade de urinar);
- Polifagia (fome)
- Cansaço;
- Dores de cabeça;
- Visão turva;
- Boca seca;
- Comichão na zona genital.
Apesar da evolução dos tratamentos para combater uma doença que afeta todo o organismo e do aumento da informação e iniciativas de sensibilização, a diabetes continua a ser uma causa importante de morbidade e mortalidade por diversas complicações, tais como:
- Predisposição para infeções fúngicas e bacterianas;
- Nefropatia (lesões renais);
- Retinopatia (lesões oculares);
- Neuropatia periférica (lesões nos membros inferiores: pés)
- Doença cardíaca e enfarte.
Existem fatores de risco a ter em conta como a obesidade, ingestão de açúcar e gordura em excesso, sedentarismo, história familiar, idade ou o stress.
A diabetes não tem cura, mas é possível controlar e viver com qualidade. Controlar significa prevenir as suas complicações, adotar uma vida mais saudável, com uma alimentação mais equilibrada, fazer exercício físico, monitorizar a doença (medição da glicémia) e tomar os medicamentos corretos, à hora correta, sempre, quando receitados pelo médico.
Mitos
- O consumo excessivo de doces é a causa da diabetes. Falso - não é causa por si só, mas sim quando associada com outros factores como sedentarismo e obesidade.
- Assim que começar a dar insulina, vou ter de a utilizar para o resto da vida - Isto não é verdade em todos os casos, algumas pessoas tomam por um curto período de tempo.
- A diabetes tipo 2 é menos grave que a diabetes tipo 1. Falso – A diabetes tipo 2, quando não tratada corretamente é tão ou mais grave que a diabetes tipo 1.
- A diabetes tipo 1 nunca ocorre em adultos. Falso – Existem adultos magros a desenvolver diabetes tipo 1 e, mais raramente, jovens obesos com diabetes tipo 2.
- Não quero insulina porque já faço muita medicação para outras doenças e tenho medo que vá interferir. Falso – A insulina consiste num tratamento eficaz e livre de interferências com a maioria dos outros medicamentos.
Ser diabético implica saber o que é a diabetes, as suas consequências e o que fazer para ser mais fácil viver com a doença!
Artigo de Opinião
Inês Ribeiro, farmacêutica Holon
Farmácia Piçarra