A pneumonia custa uma média de 80 milhões de euros por ano aos portugueses. Ou seja, por dia, gastamos 218 mil euros só em tratamentos e internamentos.
Apesar de afetar pessoas de todas as idades, a pneumonia é particularmente perigosa para quem se encontra nos extremos etários. Seja no início de vida, ou à medida que envelhecemos, o nosso sistema imunitário está mais comprometido, tornando-nos mais desprotegidos em relação ao pneumococo, uma bactéria responsável pela pneumonia.
A idade é, por isso, um dos principais fatores de risco da pneumonia: adultos a partir dos 65 anos e crianças pequenas têm maior probabilidade de contrair a doença. Pessoas com mais de 18 anos que sofram de diabetes, doença cardíaca crónica, asma ou DPOC, também pertencem aos grupos de risco e por isso também têm indicação de imunização com a vacina antipneumocócica que, para além da pneumonia, previne formas graves de infeção por pneumococos como a meningite e a septicémia, e outras menos graves como a otite média aguda e a sinusite.
A pneumonia pode surgir em qualquer altura – há mortes e internamentos nas quatro estações do ano – mas é no inverno que mais se manifesta. Há, inclusive, estudos que provam que a interação entre o vírus da gripe e a bactéria pneumococo aumenta 100 vezes o risco de contrairmos a doença.
É por isso que, nesta época, se reforçam mensagens importantes como a da prevenção, a base do combate à pneumonia. Fundamental na redução do número e da gravidade dos casos de pneumonia, a vacinação antipneumocócica deve ser complementada com outros cuidados, como a vacinação antigripal, a redução do consumo de tabaco e o tratamento de doenças associadas. Até à primavera e às temperaturas amenas, devemos evitar ambientes com grande aglomeração de pessoas, reforçar a proteção contra o frio, fazer uma boa hidratação e procurar alimentarmo-nos corretamente.
Artigo de opinião
Rui Costa
Coordenador do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias (GRESP) da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar