Os estudos internacionais revelam taxas de bexiga hiperativa de 17% na população adulta, com prevalência semelhante entre homens e mulheres e que aumenta com a idade. No entanto, quando existe incontinência urinária de urgência associada, a prevalência é superior no sexo feminino. No Reino Unido estima-se que a bexiga hiperativa afete cerca de 40% das pessoas de ambos os sexos com idades ≥ a 75 anos. Curiosamente, num estudo realizado em Portugal para quantificar a prevalência desta doença, a taxa foi de 32% nos indivíduos com mais de 18 anos, superior em relação à de outros países, e a prevalência superior no sexo masculino (35%).Os estudos internacionais revelam taxas de bexiga hiperativa de 17% na população adulta, com prevalência semelhante entre homens e mulheres e que aumenta com a idade. No entanto, quando existe incontinência urinária de urgência associada, a prevalência é superior no sexo feminino. No Reino Unido estima-se que a bexiga hiperativa afete cerca de 40% das pessoas de ambos os sexos com idades ≥ a 75 anos. Curiosamente, num estudo realizado em Portugal para quantificar a prevalência desta doença, a taxa foi de 32% nos indivíduos com mais de 18 anos, superior em relação à de outros países, e a prevalência superior no sexo masculino (35%).
Dependendo da intensidade dos sintomas, a bexiga hiperativa pode alterar por completo a vida de uma pessoa, condicionando a vida diária e profissional. Afeta negativamente a qualidade de vida de um doente a nível físico, sexual, psicológico (vergonha, ansiedade, baixa autoestima), laboral e social (restrição da interação social e atividades lúdicas). Apesar da bexiga hiperativa ser uma patologia muito frequente, numa sociedade cada vez mais envelhecida, e do seu impacto negativo na qualidade de vida, o número de indivíduos afetados é superior ao número dos que procuram ajuda médica. Mas o que leva os doentes a não se queixarem ao seu médico? A resposta a esta questão tem sido investigada. Atualmente, ainda há quem sinta vergonha em falar de incontinência urinária e de outros sintomas de bexiga hiperativa. Muitos pensam que é uma situação “normal” para a idade, que faz parte do envelhecimento. Não considerada como uma doença, mas sim como resultado de estilos de vida, não sentem que devem incomodar o médico com estas queixas. A somar a estas perceções erradas, desconhecem a existência de terapêuticas eficazes. Estas terapêuticas deverão ser oferecidas nas situações em que existe incómodo para o doente e de uma forma atempada, para que o seu sucesso seja superior. Além do mais, esta é uma doença crónica, que não é curada, mas pode ser controlada com as diversas armas terapêuticas disponíveis. É uma doença que sofre períodos de agravamento e outros de ausência completa de sintomas e o seu tratamento deverá ser ajustado consoante as necessidades.
A abordagem conservadora inicial, com alterações no estilo de vida, é fundamental e pode ser eficaz no controlo dos sintomas. Deverá ser promovida a diminuição da ingestão de cafeína, bebidas gaseificadas e alcoólicas, que causam irritação da bexiga, assim como a redução do peso. O treino vesical, que consiste na programação do tempo entre as idas à casa de banho, para que este não seja demasiado prolongado nem demasiado curto e no controlo das vontades imperiosas de esvaziar a bexiga, deverá fazer parte do tratamento desta patologia. Também os exercícios dos músculos do pavimento pélvico são importantes no seu controlo. Quando a abordagem conservadora não é suficiente, deverá ser acrescentada uma abordagem farmacológica com recurso a diversos medicamentos disponíveis no mercado. Para os casos complicados existem tratamentos mais complexos, tais como o uso de “botox” e o estímulo de nervos específicos.
O doente com bexiga hiperativa vive com ansiedade e preocupação constante de perder urina nas situações mais embaraçosas do seu dia-a-dia, condicionando a sua vida, portanto, é de extrema importância diagnosticar e tratar estas patologias, devolvendo qualidade de vida aos doentes.