De facto, uma postura incorreta nas aulas é motivo de preocupação devido às eventuais consequências físicas no futuro. O peso das mochilas escolares é outro dos fatores que pode contribuir para as queixas de dores de costas das crianças.
Alguns estudos revelam que a maioria das crianças se senta com o tronco fletido, apoiando o queixo na mão durante as atividades, tentando aliviar o peso da cabeça, e a maioria, apresenta queixas nessa região e no pescoço. A juntar a isto, as más posturas são perpetuadas em casa, às refeições e durante o estudo. E a falta de exercício físico e os hábitos sedentários exacerbam todo este problema.
Segundo o Observatório Nacional de Doenças Reumáticas (2010), nas crianças entre os 6 e os 16 anos, a prevalência de dores na coluna foi de 8%, sendo mais frequente nas raparigas. A frequência das dores na coluna aumentou progressivamente com a idade, atingindo a prevalência máxima aos 16 anos (18%), sendo que, 59% das crianças referiram dor na região lombar, 32,8% na dorsal e 8,2% na cervical.
"Perante esta evidência é urgente uma intervenção multidisciplinar (fisioterapeutas, psicólogos, pediatras, educadores, etc.) para o desenvolvimento de hábitos saudáveis, que promovam a higiene postural na infância como forma de prevenção, não só da dor na coluna, como de todas as outras afeções resultantes do estilo de vida de crianças e jovens", alertam André Nicha e André Argílio, fisioterapeutas da ITC Vertebral – Clínica da Coluna Vertebral.