A implementação decorreu no âmbito do projeto de investigação GPS – Gerar Percursos Sociais, realizado nos Açores, em parceria com a Direção Geral de Reinserção Social e dos Serviços Prisionais do Ministério da Justiça. Com esta ação, os investigadores pretenderam avaliar o impacto de uma intervenção focada na diminuição do comportamento agressivo e na regulação emocional (autocontrole emocional) de indivíduos delinquentes.
Assim, ao longo de três anos e meio, trabalharam com dois grupos constituídos por 150 agressores juvenis (menores a cumprirem medida tutelar educativa de internamento) e por 300 reclusos adultos do sexo masculino. O desenvolvimento do relacionamento interpessoal e o processamento de informação disfuncional foram dois dos aspetos trabalhados nesta pesquisa.
"Os menores registaram uma melhoria significativa no controlo da raiva e no autocontrole emocional e, no final da intervenção, mostraram um estilo de pensamento pró-social (leitura mais realista das situações interpessoais). Quanto aos adultos, verificou-se uma descida muito acentuada nos níveis de ansiedade e depressão e uma redução dos sentimentos de desconfiança e de paranoia", explica, citado em comunicado, Daniel Rijo, investigador do Centro de Investigação do Núcleo de Investigação e Intervenção Cognitivo-Comportamental da UC.
Uma das conclusões estudo aponta para a necessidade e utilidade da inserção e generalização dos programas psicoeducacionais nos planos de reabilitação de agressores e delinquentes. Os resultados vão ser apresentados durante o Seminário Final do Projeto de I&D "Intervenções Cognitivo Comportamentais em Contextos Forenses", que decorre em Coimbra nos dias 25 e 26 de outubro.