Existem pelo menos 400 milhões de pessoas sem acesso a cuidados de saúde no mundo. Em Portugal, ainda há pessoas que não têm acesso a cuidados de saúde nem à medicação necessária.
No mundo, há milhões de pessoas que, embora tenham manifestações de doença cardiovascular, não conseguem obter ajuda pois o hospital mais próximo fica a vários quilómetros de distância. A situação é preocupante quando se verifica que, mesmo em Portugal, existe uma faixa da população envelhecida e com acesso limitado a infraestruturas de saúde. Importa, portanto, ultrapassar questões sociais, geográficas, económicas ou mesmo culturais que impedem que as pessoas obtenham cuidados de saúde.
A taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares diminuiu de forma considerável nas últimas décadas, em parte devido à melhoria dos cuidados de saúde. No entanto, um em cada três portugueses continua a morrer por doença cardiovascular, o que poderia ser evitável caso o diagnóstico atempado e o tratamento adequado fossem conseguidos. Segundo o Relatório da Primavera 2017, muitos portugueses não conseguem fazer a terapêutica prescrita pelo médico por não terem condições económicas para adquirir os medicamentos. No caso das doenças cardíacas, a maioria delas crónicas, esta situação é preocupante.
Não é só o acesso a cuidados de saúde que é decisivo, pois muitos portugueses desconhecem os fatores de risco responsáveis por várias doenças e não sabem como fazer uma prevenção adequada das mesmas. Por esse motivo, a aposta na literacia da população no que toca às questões da saúde, deve ser prioridade, conforme defende a SPC.