O estudo avaliou as práticas de amamentação utilizadas em 580 crianças que nasceram na região Norte e na zona de Lisboa e Vale do Tejo, nas 16 Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) portuguesas. Com os resultados obtidos os investigadores concluíram que as mulheres que contaram com a ajuda de um profissional na amamentação constituem o maior grupo de mulheres que procederam apenas ao aleitamento materno até à data da alta, em comparação com aquelas que não contaram com um profissional designado para o efeito.
Os investigadores verificaram ainda que apenas 25,2% dos bebés muito prematuros foram alimentados exclusivamente com leite materno até ao dia em que foi concedida alta às mães. No entanto, o estudo considera importante que se aposte em profissionais de saúde com formação específica para ajudar as mulheres nesse processo, que ajudam as mães a compreender os benefícios do aleitamento materno e a utilizar técnicas para a extração, conservação e manipulação do leite materno.
Catarina Rodrigues, uma das investigadoras que participou no estudo, destacou a importância do aleitamento materno para o fornecimento de "nutrientes importantes", que contribuem para o crescimento e desenvolvimento do bebé e reduzem o número de infeções e o risco de readmissão hospitalar. A amamentação promove ainda um maior vínculo afetivo entre a mãe e o bebé.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno em exclusivo até aos 6 meses tanto para as crianças de termo (que nascem com 37 semanas ou mais de idade gestacional) como para os recém-nascidos muito pré-termo, pelos inúmeros benefícios para o bebé. No caso dos bebés muito pré-termo, que constituem um grupo de risco, o estudo considera importante que as UCIN possuam as características necessárias que favoreçam a prática do aleitamento materno.