No final do ano de 2017, o sistema informático de certificados de óbito gerado pela DGS somava 110.197 mortes, enquanto o INSA contabilizou 86.180 "testes do pezinho", verificando-se mais 24 mil mortes do que nascimentos. “É uma tendência de declínio que se vem agravando de ano para ano. Temos menos nascimentos e, mesmo que haja oscilações [como aconteceu em 2015 e 2016, quando a natalidade aumentou um pouco], nunca conseguiremos recuperar os números de há alguns anos”, explica a presidente da Associação Portuguesa de Demografia (APD), Maria Filomena Mendes, em declarações ao Público.
De acordo com a presidente da APD, estes valores devem-se ao envelhecimento da população, apesar do aumento de esperança de vida verificado. "Andamos a empurrar a morte para cada vez mais tarde, mas a população em risco de morrer em idades mais avançadas é cada vez maior e este facto — o de termos uma população muito envelhecida — faz com que haja mais mortes", refere.
Em 2017 o pico da gripe deu-se em dezembro, enquanto geralmente costuma ocorrer em janeiro ou fevereiro. Este facto pode ter tido alguma influência neste acréscimo, como explica Paulo Nogueira, o responsável pela Direção de Serviços de Informação e Análise da DGS. Apesar de não serem definitivos, uma vez que têm de ser ajustados para filtrar eventuais duplicações e erros, os dados disponíveis indicam que o saldo natural em 2017 pode vir a ser o mais elevado do século. Desde 2009 que o número de mortes tem sido superior ao número de nascimentos.
Fonte: Público