Os casos de pneumonia acontecem ao longo de todo o ano, mas, como é normal, na época da gripe regista-se o maior número de episódios. A interação entre o vírus da gripe e o pneumococo aumenta o risco de pneumonia pneumocócica em quase 100 vezes. A vacinação antipneumocócica é a melhor forma de prevenir a pneumonia, doença que, de acordo com o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, em 2015, foi responsável por 16% das mortes nos internamentos.
"Só por si, a gripe intensifica o risco de pneumonia.", explica José Alves, presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão. "A prevenção continua a ser a melhor solução para travar esta doença", alerta.
Os sintomas da gripe podem ser semelhantes aos da pneumonia o que leva à maioria da população a confundi-los e, por isso, acaba por subvalorizar situações potencialmente graves.
"O conhecimento dos sintomas, o recurso atempado aos cuidados médicos e sobretudo a sua prevenção, com a vacinação contra a gripe e a vacinação anti-pneumocócica poderão fazer toda a diferença", continua Rui Costa, coordenador do GRESP – Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da APMGF.
Os quadros de pneumonia e gripe uma vez confundidos, podem atrasar a procura de ajuda médica. Tosse com expetoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo são sintomas possíveis da pneumonia, que podem surgir na sequência de uma gripe. Pede-se então atenção redobrada quando a gripe não apresenta melhorias ou até que piore.
No entanto, mais do que tratar uma pneumonia, deve-se preveni-la. Pode ser feita em qualquer altura do ano e, no caso dos adultos, basta uma dose única. Pessoas com mais de 65 anos, ou todos os adultos que apresentem comorbilidades crónicas como diabetes, asma, doença respiratória crónica, doença cardíaca, portadores de VIH e doentes renais, estão mais vulneráveis e, por isso, têm particular indicação para a imunização.
A pneumonia é responsável por, aproximadamente, um milhão e 600 mil mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte que pode ser prevenida através de vacinação.
Em Portugal, os custos em tratamentos e internamentos custam uma média de 80 milhões de euros por ano, o que significa que, por dia, se gastam 218 mil euros.