“O Serviço de Urgência fica repleto de gente, que desespera para ser atendida, desconfiada da cor atribuída pela Triagem de Manchester. A doença aguda grave e não grave mistura-se naquele espaço, numa amálgama imensa, que a todos, médicos, enfermeiros e doentes, ameaça submergir”, explica o presidente.

 

João de Araújo Correia salienta ainda que há muito a mudar no Serviço de Urgência português, através de alternativas para o tratamento da doença aguda não grave. É em dezembro que a lotação dos Serviços de Medicina aumenta em mais de 30%, para que os utentes que recorrem ao Serviço de Urgência na fiquem sem vaga.

 

“Muitos internistas têm de se desdobrar e encontrar um tempo extra para se responsabilizarem por mais doentes, sem qualquer recompensa adicional. Na enfermaria, pululam os casos dramáticos de idosos, sem doença significativa, mas numa solidão absoluta, sem poderem contar com os cuidados de ninguém. Em dezembro, somam-se aos solitários os abandonados, por exaustão do cuidador ou sabe-se lá porquê”, reitera.

 

Dezembro é ainda o mês que celebra o aniversário da SPMI, criada a 14 de dezembro de 1951, tendo neste momento mais de três mil associados: “celebramos o facto de sermos muitos e de o futuro estar assegurado, com mais de mil internos em formação. Com 21 Núcleos de Estudo e um Centro de Formação certificado pela Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), temos internistas competentes em todas as áreas do conhecimento médico”, conclui.