O lançamento foi marcado pela partilha de conhecimentos em tempo real através de entrevistas, discussões e de testemunhos de doentes e profissionais de saúde, identificando os principais problemas que os utentes enfrentam e o trabalho que as associações de doentes têm vindo a desenvolver.
De acordo com Ricardo Fernandes, que introduz o projeto enquanto presidente do European AIDS Treatment Group (EATG), “apesar da eficácia das terapêuticas atuais, que já permitem um controlo do ponto vista clínico, ainda existem problemas por resolver e soluções por encontrar, por forma a que consigamos apertar o controlo epidemiológico desta doença”.
Salienta ainda: “Temos que fazê-lo num exercício conjunto entre doentes, profissionais de saúde, decisores e a comunidade em geral, conscientes de que a doença não pode ser esquecida ou remetida para segundo plano”.
Neste sentido, virar as atenções para o VIH/SIDA é o grande objetivo desta iniciativa, que, através de um espaço de informação em tempo real, pretende perceber em que situação se encontram os doentes, como promover a qualidade de vida da pessoa com VIH, e, sobretudo, como poderá Portugal alcançar as metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Através do seu programa UNAIDS, a ONU estabeleceu a meta dos pilares 90-90-90 até 2020 como o primeiro passo para extinção do caracter epidémico da infeção VIH. Portugal atingiu valores superiores a 90 em cada um dos três pilares, o que se traduz em ganhos de efetividade do sistema, tendo como resultado último a efetividade económica e viabilidade de recursos.
A segunda etapa estabelecida pela UNAIDS é o aumento dos pilares para 95-95-95. No entanto, os especialistas defendem que este patamar só será alcançado com a potenciação de “uma viga estrutural” sobre os pilares 90, nomeadamente a qualidade de vida da pessoa que vive com VIH, encarado como o quarto pilar 90.
Ricardo Fernandes considera que “para alicerçar a qualidade de vida é necessário apostar na literacia, no combate ao estigma social e ao autoestigma, na integração social, no acesso aos medicamentos e aos melhores cuidados, bem como nas condições socioeconómicas do doente”. Assim, continua, “este espaço virtual é um contributo importante na construção de estratégias que ajudem a alcançar as novas metas estabelecidas”.
Pode aceder à plataforma “Prioridade VIH/SIDA – a doença ainda existe. O que fazer?” aqui.