A partir de material vegetal proveniente de diferentes origens, entre elas a Madeira e os Açores (onde há pequenas produções), os investigadores desenvolveram um método de clonagem por embriogénese somática - que permite multiplicar árvores selecionadas.
A grande mais-valia da técnica utilizada consiste em "manter as características originais com interesse e garantir uma produção rápida e resistente, por exemplo, a pragas e intempéries, o que no caso do tamarilho assume grande importância, já que é uma fruteira muito sensível às geadas. Os métodos convencionais de propagação por semente não permitem manter a qualidade da planta mãe", explica a bióloga Sandra Correia, citada neste documento enviado pela UC.
Os resultados desta investigação, desenvolvida no Centro de Ecologia Funcional da UC, têm um grande potencial de aplicação na gastronomia e na indústria. Jorge Canhoto, coordenador do estudo, estabelece uma comparação com o mirtilo. "Há 10 anos também não era conhecido em Portugal e agora, não só é muito consumido, como também é bastante significativa a exportação. Temos plantas, os genótipos de excelência e a tecnologia para transferir para indústria. Estamos perante um nicho económico a explorar", refere Jorge Canhoto, citado no comunicado.
Com um ensaio piloto em curso no Jardim Botânico, a equipa tenciona agora micropropagar plantas em larga escala no âmbito da UC InProplant, uma associação estabelecida entre a Universidade de Coimbra e a empresa InProplant e que tem como principais áreas de atuação os setores agro-frutícola e florestal.