Já se sabe que durante a época natalícia são cometidos os acostumados excessos alimentares. No entanto, no caso dos doentes renais crónicos há regras que devem ser tidas em conta, especialmente nesta quadra, já que a alimentação é um fator importante no tratamento da doença renal crónica. O alerta é da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, que sublinha a importância de fazer as opções certas na ceia de Natal. "A solução não passa pela privação, mas por moderar e adaptar a dieta à condição do doente", refere Fernando Nolasco, Presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN). Os aperitivos salgados, as carnes e os temperos exigem uma atenção redobrada, devido ao elevado teor de sódio que contêm", acrescentando que "existe uma relação estreita entre a insuficiência renal e a ingestão de minerais. Uma vez que a eliminação dos minerais depende diretamente dos rins, não deve haver alterações bruscas destes elementos no organismo".Em alternativa aos temperos ricos em sal, sugere-se a utilização de ervas aromáticas, especiarias frescas, vinagre e vinho de mesa na confeção dos alimentos. Pelo mesmo motivo, o bacalhau cozido, muito típico da noite de Natal, deve ser corretamente demolhado. Se optar pela carne, as mais indicadas são as carnes magras, como o peru ou o frango.Quanto a bebidas alcoólicas - a ingestão em excesso é sempre desaconselhada - deve optar-se por um copo de vinho, rico em antioxidantes que ajudam a eliminar as toxinas do corpo.É ainda de referir que controlo alimentar deve ser constante. "É importante que o doente seja seguido por um nutricionista que possa criar um plano alimentar adaptado às suas necessidades específicas, com os alimentos certos nas quantidades certas", refere Fernando Nolasco.Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem qualquer possibilidade de recuperação.